Cidades

São Gonçalo planeja espaço para população LGBT

No Brasil, a cada 25 horas morre uma lésbica, gay, bissexual, trans ou travesti. O Estado do Rio de Janeiro ocupa a quinta colocação no índice de crimes de ódio contra a população LGBT. Para garantir o acolhimento e assegurar o exercício pleno de cidadania a essa população, a secretaria municipal de Desenvolvimento Social de São Gonçalo realizou o Fórum de Cidadania LGBT, que reuniu movimentos e organizações sociais da cidade para pensar a implementação do primeiro Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), no bairro Mutondo.

São Gonçalo possui cinco CREAS, que oferecem serviços de apoio e orientação a indivíduos e famílias vítimas de violência física, psíquica e sexual, negligência, abandono, ameaça, maus tratos e discriminação social. No atendimento especializado no Mutondo, a população LGBT terá acesso a alteração do nome social, junto ao Comitê de Subregistro; assessoria jurídica nos casos de violação de direitos e acompanhamento psicológico. A unidade deverá ser inaugurada nos próximos meses.

"Nosso objetivo é dar total acolhimento e assistência a todos e todas. Em São Gonçalo nunca tivemos um trabalho voltado para a população LGBT na área da assistência, e com a construção coletiva, junto aos movimentos sociais, faremos o melhor para realizar um trabalho efetivo na nossa cidade", disse a coordenadora do CREAS, Monica Santana.

O Fórum fez o mapeamento das demandas dos movimentos sociais para ampliar e fortalecer as redes de proteção. A presidente do Grupo Liberdade/Santa Diversidade, que existe há 16 anos na luta pelos direitos LGBT em São Gonçalo, Stefani Brasil, relatou a vitória do grupo em tornar a 73ª Delegacia de Polícia (DP), em Neves, como a primeira do Estado em referência de atendimento aos casos de lgbtfobia, e ressaltou a importância da ampliação das redes de proteção com o novo CREAS.

"Há 15 anos tentamos um diálogo com o município para a criação de um centro de assistência para a população LGBT. Esse início com o diálogo é importante, pois não adianta abrir as portas e não construir junto aos movimentos sociais como essa população será atendida. Muitos têm vergonha ou medo de acessar um serviço como esse, mas acredito que será um passo importante no nosso município", concluiu.

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